quinta-feira, 2 de março de 2017

Ficar doente e usar o seguro na volta ao mundo!

Adoentar é chato, muito chato. É tipo achar uma ervilha no meio do molho de tomate, estraga o rolê. 

Eca!

E o pior é que essa chatice chega sem prévio aviso. Ninguém recebe uma mensagem no zap de Deus dizendo “o queridão, se liga aí que daqui 2 dias vou te derrubar na cama, vlw, flws”. Você está lá, mó bem, fazendo as coisas, visitando a cidade, olhando os museus, paquerando os mocinhos, quando de repente vem aquela dorzinha de cabeça, que começa na nuca e vai abrindo que nem um paraquedas dentro da cabeça. Depois chegam os amiguinhos, a febre, a dor no corpo, a leseira e, no meu caso, a estrela principal da tragédia, a infecção de garganta!

O que é incrível é que num dia eu estava lá,  vestindo meu pijaminha, indo dormir de boa, sem fazer mal a uma mosca, e no dia seguinte acordei encharcado de suor, mal conseguindo me mexer e, ao olhar no espelho e abrir a boca, vi aquele muco branco nojento lá no fundo. Primeiro pensamento do dia: p-u-t-a-q-u-e-p-a-r-i-u.


E daí piora né? Porque isso aconteceu comigo NO DIA DE VIAJAR, então além de todas as dores, tinha que botar a mochila e seguir em frente. Tomei um ibuprofeno na esperança de ser apenas uma inflamação boba, uma inflamação fútil, uma inflamação fugaz (já sabia que não era, mas quem é que morre por último?), e lá fui eu para a Gold Coast.

Antes de continuar narrando a aventura, deixa eu contar um pouco desse lugar que eu fui. A Gold Coast é um conjunto de praias muito lindas, e que também são ideais para a prática do surf. Eu fiquei numa área chamada Surfers Paradise, que desde os anos 60 recebe milhares de turistas ao longo do verão australiano. Além da praias existem também opções de parques aquáticos, passeios de barco para ver a grande barreira de corais da Austrália, e coisas desse tipo. E nesse cenário paradisíaco TINHA EU LÁ, DOENTE, CHEGANDO ME ARRASTANDO QUE NEM UM WALKING DEAD. Sério, eu desci do trem para pegar o busão pra cidade vestido de jeans e blusa, tava fazendo uns 30 e todos graus, e meus amiguinhos de ônibus todos de shorts e regatinha.

Sorriso amarelo só para tirar foto mesmo! 

Depois que eu fiz o check in no hostel, tomei mais um remédio e tirei um cochilo. Dormi meia hora e me senti bem para passear na praia, que era realmente muito bonita. Caminhei, li, até usei o Grindr, mas assim que o sol se pôs, recomeçou minha bateção de queixo de frio. E dali foi escada abaixo meu irmão, minha irmã, não conseguia ter apetite, nem sede, tive uma noite horrorosa de frio e dor até que decidi que aquilo não dava mais e resolvi acionar meu seguro de viagem internacional.

O SEGURO

Meu seguro eu fiz com a Worldnomads, que quase todos os blogs de viagens recomendam, inclusive fazendo uma propaganda e tals, então não sabia se eu confiava muito. Mas ao entrar no site e ver que as coisas eram bem claras, parecendo um serviço bem profissional, resolvi arriscar, e não me arrependi na hora em que precisei usar!

Para começar, é muito importante você ter dois dados à mão: o telefone para o qual você pode ligar a cobrar, que eu salvei até nos meus contatos do celular, e o número da sua apólice, que eu tinha no próprio email de confirmação que eles passaram quando fiz a aquisição. Para ligar para o Brasil a cobrar, uma pesquisa super rápida me levou ao site da Embratel, que fornece um número para cada país. Você liga para o tal número, e ali mesmo pode escolher entre completar a ligação sozinho, discando os números, ou se prefere que um operador faça a ligação por você.

A central de atendimento me atendeu bem rápido, e a menina que resolveu meu problema foi muito paciente e profissional. É preciso responder várias perguntas, inclusive sobre o que você está sentindo, depois disso ela me deu as opções de tentar um atendimento naquela noite, que provavelmente só seria finalizado de madrugada, ou se eu aguentava esperar até uma consulta pela manhã. Também há a opção de você ir por conta própria e depois pedir o reembolso, mas preferi que eles escolhessem a clínica e já pagassem direto pra ela. Optei pela opção da manhã, e ela me informou que durante a manhã alguém me ligaria com todos os dados necessários para o atendimento. No final da ligação, ela me passou o número do protocolo, que eu anotei (anota sempre menina!), e fui dormir.

Na manhã seguinte me ligaram lá pelas 10:30, confirmando meu nome e o que eu queria, e daí falaram que iriam entrar em contato novamente com os dados da clínica ou eu iria. Não demorou nem meia hora mais para eu receber um sms com todos os dados necessários. A clínica ficava a menos de 800 metros da onde eu estava, fiquei feliz por não terem me feito ter que pegar ônibus e tals.

A consulta é igual uma consulta de emergência em hospital particular. O médico viu meus ouvidos, minha garganta, me auscultou pacientemente e depois falou que eu estava realmente com infecção, me passou a receita do remédio e fui embora, sem ter que pagar nenhum centavo para ninguém. Tive que pagar pelo remédio, e há boatos que quanto eu voltar ao Brasil consigo pedir um reembolso, vamos acompanhar.

Meus dois dias em Surfers foram uma bela merda, pois ainda estava muito fraco e com dor para fazer coisas legais, então dormi muito. Ao voltar para Brisbane parei de ter febre e pude aproveitar para passear pelo jardim botânico, nadar um pouco na piscina pública e também ir ao cinema ver o lindo Hidden Figures. Mesmo assim, tudo bem devagar e sem forçar a barra.

Assiste!

Ficar doente faz a solidão querer dar uns gritos dentro da gente, me fez lembrar de quantas vezes já me senti assim frágil e sozinho, e como sempre dá tudo certo no final, e que essas coisas fazem parte da vida mesmo. Claro que estar do outro lado do mundo, completamente só, faz bater um pouco o desespero, mas eu acredito que esse tipo de situação faz a gente tomar consciência da nossa responsabilidade sobre nossa vida, somos nós que temos que tomar as rédeas da situação e resolver nossos próprios problemas, claro que na medida do possível.

Lendo aqui acho que não fui muito objetivo em relação ao seguro. Alguns detalhes práticos, eu gasto cerca de R$1200,00 por semestre, não dá para fazer por mais tempo, ele cobre emergências médicas e também dentista, repatriamento de corpo, que eu pretendo não usar, e também acidentes envolvendo esportes e motos e tals. Tem toda a descrição lá no site. Eu fiquei uns 2 meses sem seguro, durante o tempo que estive na Europa, mas acho que fui besta, é importante sim ter o seguro desde o primeiro dia de viagem, afinal é melhor sempre se prevenir e poder viajar tranquilo!

LM

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