Um dos maiores problemas de uma viagem de volta ao mundo é... tempo!
Só que é um problema ao contrário do qual estamos acostumados, pois a questão não é a falta, mas o excesso de tempo que temos numa viagem de longo prazo. Normalmente ao viajar, eu costumava sempre deixar os roteiros bem organizados e planejados, a Wanessa que o diga, como viajamos bastante juntos ela me conhece e sabe que eu adoro ter uma programação pronta ao chegar em algum lugar. Muitas pessoas são assim também, e mesmo as que não planejam muito, geralmente acordam cedo e vão logo para a rua para explorar um novo lugar.
Isso acontece porque geralmente o tempo é curto, 4 dias? Uma semana? Quinze dias? 2, 3 ou 4 cidades? Tudo precisa ser visto, sentido e aproveitado, afinal é férias, é hora de sair da realidade e aproveitar ao máximo! É comum no final das férias a gente voltar para casa tão cansado ou mais de quando saiu, precisando de férias das férias. Quando eu voltei da Tailândia, cheguei as 7 da manhã, após 24 horas de voo para chegar em São Paulo, tomei um banho, trabalhei na Caixa até o final do dia e depois fui para a São Camilo dar aula, voltando para casa as 11 da noite! Loucura, não é? Mas afinal, férias são para serem aproveitadas!
E aí entra a diferença, viagem de volta ao mundo não é férias, não é algo no qual você possa se esgotar e depois voltar para a rotina. A rotina é a própria viagem, o trabalho é justamente planejar o próximo passo, os próximos voos, o passeio de balão na Capadócia, os ingressos para a ópera em Sydney, o voluntariado em Hanoi (todos casos reais, aliás). Durante as primeiras semanas dessa etapa leste europeu foi que essa necessidade de estabelecer uma rotina, e não ficar correndo para conhecer tudo, ficou mais clara para mim. As etapas anteriores tinham uma dinâmica própria, a fazenda na Sicília tinha as horas de trabalho e descanso, o Caminho de Santiago tinha o propósito diário de chegar até a próxima cidade, e a rotina de comer, lavar roupa, cuidar dos pés. Depois as duas semanas com a minha mãe foram de turismo tradicional, passeios, museus, andar, andar, andar, descansar, descansar, descansar, nem dá tempo para pensar muito!
Aqui não, sou só eu e eu mesmo. Não tem nada de específico para fazer, e como eu separei 10 dias para conhecer Praga, e mais 11 dias para Budapeste, finalmente pude entrar em contato comigo mesmo e pensar melhor no que estou fazendo.
Ao longo dos dias entendi melhor o que fazer para não ficar com aquela sensação incômoda de que eu deveria estar aproveitando mais, ou descansando mais. Durante a manhã eu tomo um longo café da manhã, o que estou fazendo agora, por exemplo. Assim eu vejo meus emails, pesquiso sobre os próximos passos da minha viagem, agora estou planejando Bucareste e Sófia, procuro anfitriões no couch surfing ou pesquiso airbnb e hostel, vejo a programação de concertos, teatros ou ópera nas cidades, penso também nas etapas mais para frente, até agora tenho planejado até o final de janeiro, quando estarei na Austrália, e depois disso é que eu me troco e vou para a rua.
Geralmente eu separo uma, no máximo duas, atrações turísticas por dia. Hoje por exemplo meu objetivo é ir para um parque onde os húngaros colocaram várias das estatuas e monumentos da era socialista, uma espécie de memorial desse tempo.Depois disso, é hora de comer, tomar café, ler um livro e não pensar mais em turismo ou viagens, porque cansa ficar com isso 24 horas na cabeça. É preciso separar um tempo para a vida normal, descansar, ler, ver séries, etc.
Como não sou a pessoa mais aberta a socializar, como já escrevi várias vezes, conto um pouco com a sorte para fazer amigos, ou mesmo uns casos, enquanto eu viajo. Aqui em Budapeste, por exemplo, conheci um norueguês de origem somali, e estamos nos vendo quase todos os dias, em Praga fiquei com um ucraniano e foi super legal. Foi sorte conhece-los, principalmente porque são pessoas que gostam de conversar, sair, beber. Uma coisa que já tenho mais firme aqui é que não vale mais a pena sair só para ficar e pronto, faço melhor uso da minha mão se for o caso.
Viajar a longo prazo é uma arte, e como tem gente fazendo isso! Conheci um dinamarquês que aluga o apartamento em Copenhague pelo airbnb e fica viajando pelo mundo com essa grana. Ele curte música clássica, ópera, etc, e fica passeando pelo mundo para ver essas coisas. Incrível, não é?
LM
Só que é um problema ao contrário do qual estamos acostumados, pois a questão não é a falta, mas o excesso de tempo que temos numa viagem de longo prazo. Normalmente ao viajar, eu costumava sempre deixar os roteiros bem organizados e planejados, a Wanessa que o diga, como viajamos bastante juntos ela me conhece e sabe que eu adoro ter uma programação pronta ao chegar em algum lugar. Muitas pessoas são assim também, e mesmo as que não planejam muito, geralmente acordam cedo e vão logo para a rua para explorar um novo lugar.
Isso acontece porque geralmente o tempo é curto, 4 dias? Uma semana? Quinze dias? 2, 3 ou 4 cidades? Tudo precisa ser visto, sentido e aproveitado, afinal é férias, é hora de sair da realidade e aproveitar ao máximo! É comum no final das férias a gente voltar para casa tão cansado ou mais de quando saiu, precisando de férias das férias. Quando eu voltei da Tailândia, cheguei as 7 da manhã, após 24 horas de voo para chegar em São Paulo, tomei um banho, trabalhei na Caixa até o final do dia e depois fui para a São Camilo dar aula, voltando para casa as 11 da noite! Loucura, não é? Mas afinal, férias são para serem aproveitadas!
E aí entra a diferença, viagem de volta ao mundo não é férias, não é algo no qual você possa se esgotar e depois voltar para a rotina. A rotina é a própria viagem, o trabalho é justamente planejar o próximo passo, os próximos voos, o passeio de balão na Capadócia, os ingressos para a ópera em Sydney, o voluntariado em Hanoi (todos casos reais, aliás). Durante as primeiras semanas dessa etapa leste europeu foi que essa necessidade de estabelecer uma rotina, e não ficar correndo para conhecer tudo, ficou mais clara para mim. As etapas anteriores tinham uma dinâmica própria, a fazenda na Sicília tinha as horas de trabalho e descanso, o Caminho de Santiago tinha o propósito diário de chegar até a próxima cidade, e a rotina de comer, lavar roupa, cuidar dos pés. Depois as duas semanas com a minha mãe foram de turismo tradicional, passeios, museus, andar, andar, andar, descansar, descansar, descansar, nem dá tempo para pensar muito!
Aqui não, sou só eu e eu mesmo. Não tem nada de específico para fazer, e como eu separei 10 dias para conhecer Praga, e mais 11 dias para Budapeste, finalmente pude entrar em contato comigo mesmo e pensar melhor no que estou fazendo.
Ao longo dos dias entendi melhor o que fazer para não ficar com aquela sensação incômoda de que eu deveria estar aproveitando mais, ou descansando mais. Durante a manhã eu tomo um longo café da manhã, o que estou fazendo agora, por exemplo. Assim eu vejo meus emails, pesquiso sobre os próximos passos da minha viagem, agora estou planejando Bucareste e Sófia, procuro anfitriões no couch surfing ou pesquiso airbnb e hostel, vejo a programação de concertos, teatros ou ópera nas cidades, penso também nas etapas mais para frente, até agora tenho planejado até o final de janeiro, quando estarei na Austrália, e depois disso é que eu me troco e vou para a rua.
Geralmente eu separo uma, no máximo duas, atrações turísticas por dia. Hoje por exemplo meu objetivo é ir para um parque onde os húngaros colocaram várias das estatuas e monumentos da era socialista, uma espécie de memorial desse tempo.Depois disso, é hora de comer, tomar café, ler um livro e não pensar mais em turismo ou viagens, porque cansa ficar com isso 24 horas na cabeça. É preciso separar um tempo para a vida normal, descansar, ler, ver séries, etc.
Como não sou a pessoa mais aberta a socializar, como já escrevi várias vezes, conto um pouco com a sorte para fazer amigos, ou mesmo uns casos, enquanto eu viajo. Aqui em Budapeste, por exemplo, conheci um norueguês de origem somali, e estamos nos vendo quase todos os dias, em Praga fiquei com um ucraniano e foi super legal. Foi sorte conhece-los, principalmente porque são pessoas que gostam de conversar, sair, beber. Uma coisa que já tenho mais firme aqui é que não vale mais a pena sair só para ficar e pronto, faço melhor uso da minha mão se for o caso.
Viajar a longo prazo é uma arte, e como tem gente fazendo isso! Conheci um dinamarquês que aluga o apartamento em Copenhague pelo airbnb e fica viajando pelo mundo com essa grana. Ele curte música clássica, ópera, etc, e fica passeando pelo mundo para ver essas coisas. Incrível, não é?
LM