Minhas costas não doeram hoje! No bolhas day again!
Foi até meio estranho, a dor nos ombros já estava virando uma companheira de final de caminhada. Estou surpreso e feliz, mas também acho que foi meio que sorte. Veremos.
O amanhecer hoje foi especialmente bonito, aos poucos a paisagem vai mudando, e como estou andando literalmente um passo de cada vez, é fácil ir notando a diferença. Da França até poucos quilômetros atrás havia uma floresta rica e densa, muitos bosques, muito verde. Aqui já vemos árvores menores, muitas coníferas, e uma vegetação mais rasteira. E muitos campos, muitos e muitos, todos ceifados, todos muito dourados, que compôem uma paisagem harmoniosa e perfeita para fotos.
A brasileira que encontrei ontem, Luciana, me fez companhia até o monte Alto del Perdon, ontem tem a escultura dos peregrinos, e tivemos uma conversa tão especial, onde pude repensar algumas coisas da minha vida, mas principalmenteo quanto é importante estar aberto a conhecer as pessoas, não apenas conquistar. O coração fica mais leve quando se conversa sem interesses, quando não sabe nem se iremos ver novamente aquela pessoa. Por que isso não acontece com mais frequência? Uma sugestão pode ser o uso intensivo de celulares e tals, mas não apenas isso, pois tem relação igualmente com a vontade de se comunicar, a abertura para responder, e a curiosidade para perguntar.
O casal mais fofo do mundo, o Alessandro e a Austeja (com um pontinhos no e), apareceu lá no alto do monte, assim como o Tim, da Alemanha, e a Tania, da Austria. Comecei a descida do monte com o casal, e tivemos uma conversa sobre os motivos da curisidade, a motivação humana, para onde irá nos levar os avanços da inteligência artificial e outros temas tão legais e aleatórios que fizeram o tempo passar bem depressa e tranquilo.
Num certo momento, paramos na barraquinha de um garoto genial que oferecia limonada em troca de uma doação voluntária, e comecei a conversar com o Tim sob um sol que começava a ficar escaldante.
AQUI FAZ CALOR CACETE, FINALMENTE VOLTAMOS AO VERÃO!
Hoje fez 39 graus, apenas para constar.
O Tim tem 23 anos, é de Stutgart e está fazendo o caminho para dar uma pausa na rotina de estudos do final da faculdade de business. E ele me lembrou demais dos meus amigos de Águas de São Pedro! Eloá e Luiz (que continuam queridos até hoje), e tantos outros que fizeram minha vida lá na terra do nunca especial. O Tim é apenas um jovem que gosta de se divertir e beber, como qualquer outros, mas que também tem suas convicções, me contou que seus dois objetivos de vida são, ter sucesso e ser feliz.
TER SUCESSO, E SER FELIZ. TEM COMO SER MAIS SIMPLES?
Conversamos sobre o conceito tanto de sucesso quanto de felicidade, e concordamos num ponto de que é preciso levar seus projetos até o final. Desistir sempre do que almejamos significa desistir de nós mesmo. Engraçado que esse tema surgiu com a Luciana também, que é casada e mãe de dois filhos, mas está fazendo este caminho sozinha. Ela me contou que os 25 anos de casada trouxeram a ela a necessidade de ter sua individualidade respeitada, ao mesmo tempo que é preciso ter planos enquanto casal. O dela e do marido, conforme eles combinaram há muito tempo são: estudar, viajar, cuidar dos filhos, cuidar um do outro.
Individualidade e entrega. Antagonismos que resumem bem vários momentos da minha vida. É difícil pesar as duas coisas na balança, ainda mais difícil equilibrar as duas coisas ao mesmo tempo.
Penso muito no meu primeiro namorado nesses dias, como foi importante essa primeira relação na minha vida, como me ensinou coisas boas e coisas ruins, me preparou para a vida a adulta, e isso é insubstituível. Conhecendo tantas pessoas mais novas, acabo me colocando também nessa idade, e fico feliz por todas as escolhas que fiz, pois foram feitas com o coração, e foram verdadeiras.
Estou num albergue de padres reformadores, paguei bem barato para estar aqui, 5 euros, e vou cozinhar meu jantar com o casal fofo e um italiano que apareceu. Vou fazer minha especialidade, tarte Tatin, só que dessa vez sem forno, porque não tem, então comprei uns biscoitos para quebrar e por por cima antes de virar, tipo um crumble invertido. Para comer vamos fazer tortilla e hamburguer, e tomar muito vinho!
Para guardar para mim e para os outros vou fazer uma avaliação dos lugares onde fiquei pelo caminho:
SJPP
Accueil Pelerin Pilgrins Hostel
Um lugar simples e bom, custou 10 euros, cama com luz e tomada individual, água quente e um café da manhã composto de torrada, manteiga, geléia e um café solúvel (portanto horrível). A vibe é bem legal. Muitas e muitas camas no mesmo quarto. Wi-fi médio.
Roscenvalles
Auberge Touristique Municipal
Hostel enorme, todo novinho, porém com pouca hospitalidade. Fique na cama de cima, bem difícil de subir, sem tomada ou luz. Cozinha super bem equipada mas a cidade não tem supermercado, portanto inútil. Lavanderia com duas holandesas fofas que lavaram e secaram a roupa de 4 pessoas por 7,5 euros. Paguei 12 euros e achei caro. Wi-fi horrível.
Larrasoaña
Hostel San Nicolas
É tipo uma casa adaptada, mas muito bem feito, tudo parecendo muito novo. Cama confortável com lençóis descartáveis. Ótimos banheiro e cozinha. Tem um mercado bem ao lado. Wi-fi horrível.
Dia 1: 37,00
Dia 2: 27,30
Dia 3: 25,00
Dia 4: 20,00
Dia 5: 23,50
LM
Foi até meio estranho, a dor nos ombros já estava virando uma companheira de final de caminhada. Estou surpreso e feliz, mas também acho que foi meio que sorte. Veremos.
O amanhecer hoje foi especialmente bonito, aos poucos a paisagem vai mudando, e como estou andando literalmente um passo de cada vez, é fácil ir notando a diferença. Da França até poucos quilômetros atrás havia uma floresta rica e densa, muitos bosques, muito verde. Aqui já vemos árvores menores, muitas coníferas, e uma vegetação mais rasteira. E muitos campos, muitos e muitos, todos ceifados, todos muito dourados, que compôem uma paisagem harmoniosa e perfeita para fotos.
A brasileira que encontrei ontem, Luciana, me fez companhia até o monte Alto del Perdon, ontem tem a escultura dos peregrinos, e tivemos uma conversa tão especial, onde pude repensar algumas coisas da minha vida, mas principalmenteo quanto é importante estar aberto a conhecer as pessoas, não apenas conquistar. O coração fica mais leve quando se conversa sem interesses, quando não sabe nem se iremos ver novamente aquela pessoa. Por que isso não acontece com mais frequência? Uma sugestão pode ser o uso intensivo de celulares e tals, mas não apenas isso, pois tem relação igualmente com a vontade de se comunicar, a abertura para responder, e a curiosidade para perguntar.
O casal mais fofo do mundo, o Alessandro e a Austeja (com um pontinhos no e), apareceu lá no alto do monte, assim como o Tim, da Alemanha, e a Tania, da Austria. Comecei a descida do monte com o casal, e tivemos uma conversa sobre os motivos da curisidade, a motivação humana, para onde irá nos levar os avanços da inteligência artificial e outros temas tão legais e aleatórios que fizeram o tempo passar bem depressa e tranquilo.
Num certo momento, paramos na barraquinha de um garoto genial que oferecia limonada em troca de uma doação voluntária, e comecei a conversar com o Tim sob um sol que começava a ficar escaldante.
AQUI FAZ CALOR CACETE, FINALMENTE VOLTAMOS AO VERÃO!
Hoje fez 39 graus, apenas para constar.
O Tim tem 23 anos, é de Stutgart e está fazendo o caminho para dar uma pausa na rotina de estudos do final da faculdade de business. E ele me lembrou demais dos meus amigos de Águas de São Pedro! Eloá e Luiz (que continuam queridos até hoje), e tantos outros que fizeram minha vida lá na terra do nunca especial. O Tim é apenas um jovem que gosta de se divertir e beber, como qualquer outros, mas que também tem suas convicções, me contou que seus dois objetivos de vida são, ter sucesso e ser feliz.
TER SUCESSO, E SER FELIZ. TEM COMO SER MAIS SIMPLES?
Conversamos sobre o conceito tanto de sucesso quanto de felicidade, e concordamos num ponto de que é preciso levar seus projetos até o final. Desistir sempre do que almejamos significa desistir de nós mesmo. Engraçado que esse tema surgiu com a Luciana também, que é casada e mãe de dois filhos, mas está fazendo este caminho sozinha. Ela me contou que os 25 anos de casada trouxeram a ela a necessidade de ter sua individualidade respeitada, ao mesmo tempo que é preciso ter planos enquanto casal. O dela e do marido, conforme eles combinaram há muito tempo são: estudar, viajar, cuidar dos filhos, cuidar um do outro.
Individualidade e entrega. Antagonismos que resumem bem vários momentos da minha vida. É difícil pesar as duas coisas na balança, ainda mais difícil equilibrar as duas coisas ao mesmo tempo.
Penso muito no meu primeiro namorado nesses dias, como foi importante essa primeira relação na minha vida, como me ensinou coisas boas e coisas ruins, me preparou para a vida a adulta, e isso é insubstituível. Conhecendo tantas pessoas mais novas, acabo me colocando também nessa idade, e fico feliz por todas as escolhas que fiz, pois foram feitas com o coração, e foram verdadeiras.
Estou num albergue de padres reformadores, paguei bem barato para estar aqui, 5 euros, e vou cozinhar meu jantar com o casal fofo e um italiano que apareceu. Vou fazer minha especialidade, tarte Tatin, só que dessa vez sem forno, porque não tem, então comprei uns biscoitos para quebrar e por por cima antes de virar, tipo um crumble invertido. Para comer vamos fazer tortilla e hamburguer, e tomar muito vinho!
Para guardar para mim e para os outros vou fazer uma avaliação dos lugares onde fiquei pelo caminho:
SJPP
Accueil Pelerin Pilgrins Hostel
Um lugar simples e bom, custou 10 euros, cama com luz e tomada individual, água quente e um café da manhã composto de torrada, manteiga, geléia e um café solúvel (portanto horrível). A vibe é bem legal. Muitas e muitas camas no mesmo quarto. Wi-fi médio.
Roscenvalles
Auberge Touristique Municipal
Hostel enorme, todo novinho, porém com pouca hospitalidade. Fique na cama de cima, bem difícil de subir, sem tomada ou luz. Cozinha super bem equipada mas a cidade não tem supermercado, portanto inútil. Lavanderia com duas holandesas fofas que lavaram e secaram a roupa de 4 pessoas por 7,5 euros. Paguei 12 euros e achei caro. Wi-fi horrível.
Larrasoaña
Hostel San Nicolas
É tipo uma casa adaptada, mas muito bem feito, tudo parecendo muito novo. Cama confortável com lençóis descartáveis. Ótimos banheiro e cozinha. Tem um mercado bem ao lado. Wi-fi horrível.
Dia 1: 37,00
Dia 2: 27,30
Dia 3: 25,00
Dia 4: 20,00
Dia 5: 23,50
LM
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