Bom, eu cheguei!
O momento de euforia da chegada já passou, hoje é sábado, dia 24, estou em Valencia, no aeroporto, esperando meu voo para Paris, e cheguei em Santiago na última terça-feira, dia 20 de setembro.
Portanto faz uma semana que não escrevo, o que é bastante.
Muita coisa aconteceu, mas ao mesmo tempo não sinto vontade de descrever nada em especial, pois acredito que ao longo de todo o Caminho pude expressar aqui no meu blog vários pensamentos e ideias que foram surgindo ao longo dos milhares de passos até Santiago.
No dia seguinte da minha chegada fui gravar um vídeo em frente à Catedral para contar como foi o final da caminhada e a chegada, e também para encerrar essa parte da minha viagem. Como o celular estava sem muito espaço, o vídeo acabou ficando cortado em 3 partes, e resolvi não editar para que ficasse mais natural mesmo, do jeito que foi.
O momento de euforia da chegada já passou, hoje é sábado, dia 24, estou em Valencia, no aeroporto, esperando meu voo para Paris, e cheguei em Santiago na última terça-feira, dia 20 de setembro.
Portanto faz uma semana que não escrevo, o que é bastante.
Muita coisa aconteceu, mas ao mesmo tempo não sinto vontade de descrever nada em especial, pois acredito que ao longo de todo o Caminho pude expressar aqui no meu blog vários pensamentos e ideias que foram surgindo ao longo dos milhares de passos até Santiago.
No dia seguinte da minha chegada fui gravar um vídeo em frente à Catedral para contar como foi o final da caminhada e a chegada, e também para encerrar essa parte da minha viagem. Como o celular estava sem muito espaço, o vídeo acabou ficando cortado em 3 partes, e resolvi não editar para que ficasse mais natural mesmo, do jeito que foi.
Além desses vídeos, fiquei doente nos meus dias em Santiago, uma gripe misturada à minha famosa dor de garganta, que suspeitei que fosse evoluir para uma infecção. Porém, no aeroporto de Santiago confiscaram minha faquinha e meu bastão de caminhada, o Mirto, e foi muito difícil e fácil ao mesmo tempo deixá-los para trás. O Mirtô foi meu parceiro fiel durante todos esses dias, me apoiou literalmente em cada passo do meu caminho, porém apesar do simbolismo e do meu avô, ele era apenas um bastão, que agora não preciso mais, que entrou na minha vida, me ajudou muitíssimo e que agora não faz mais parte do meu Caminho. É uma analogia com as pessoas, as coisas, tudo, com a nossa vida, tudo passa, tudo que entra em nossa vida tem uma função, e depois vai embora, para abrir espaço para outras coisas, para outras pessoas. Bastão, amigos, livros, roupas, poemas, músicas, namorados, todos eles podem ir embora de um momento para o outro.
Só que sempre sobra você.
A vida, as conquistas, as lembranças, sempre serão suas, você é o único responsável por... viver! Nosso destino pode cruzar com o destino de milhões de coisas, mas será sempre nosso. E é preciso aprender a deixar ir, a não sofrer e não possuir, é preciso aprender a aproveitar, a amar, saborear, aprender, o máximo possível enquanto estamos juntos. Pensar demais no amanhã, na posse ou nas dores de perder só bloqueia esse processo lindo chamado contato.
Pois bem, ao deixar o Mirtô e chegar em Valencia, comecei pouco a pouco a melhorar, até estar muito bem hoje. Foi surpreendente, pois afinal depois de tantos e tantos anos com as frequentes infecções, já aprendi a entender meu corpo e seus sinais, e tinha certeza de que teria que ir ao hospital. Nesses dias estava com o Fábio, com quem tive uma pequena e intensa relação nos últimos trechos, e também estava com o sentimento triste de ter acabado o caminho. Essas energias de despedida que devem ter me feito doente. Sofrer, antecipar o sofrimento ou pensar nele são como venenos para o corpo e para a mente, uma coisa tão óbvia mas que agora ficou muito mais clara para mim.
Enfim, o Caminho de Santiago é sensacional, chegar à Santiago é apenas ok, mas a emoção está completamente no caminhar, e poder viver isso foi I-N-C-R-Í-V-E-L.
Adorei escrever sobre isso aqui, e acho que vou continuar escrevendo sobre o resto da minha viagem!
LM